27 de fevereiro de 2015

NERVOCHAOS: O FIM DE UMA ERA

"The Art of Vengeance" mostra a criatividade e musicalidade em alta no som do grupo, além de marcar o fim desta formação

Por João Messias Jr.

The Art of Vengeance
Divulgação
Vítima das infindáveis mudanças de formação, o Nervochaos, sempre liderado pelo baterista Edu Lane, já atuou como trio, quarteto e quinteto. Mas isso nunca foi motivo de desânimo, pois a banda sempre teve uma carreira constante de lançamentos e shows pelo Brasil e ao redor do globo terrestre. E quando parecia que o grupo caminhava com uma formação estável, houve o anúncio da saída do guitarrista Quinho, representando o fim de mais um ciclo.

Pelo que ouvimos em "The Art of Vengeance", lançado em 2014, os caras têm tudo para continuar com o legado. Aqui, Guiller (guitarra e voz), Quinho (guitarra), Felipe (baixo) e Edu seguem a linha iniciada no álbum "Battalions of Hate", privilegiando a força dos riffs e canções voltadas aos palcos.

Esta descrição aparece logo nas faixas iniciais, The Harvest e For Passion Not Fashion. A primeira possui aquela pegada mais crua, presente nas bandas mineiras dos anos 80 e a segunda mescla o death e o thrash com maestria. Mas essas canções não definem o conteúdo de "The Art of Vengeance". Outro elemento presente é aquele doom tradicional, presente em From Below and Not Above, que lembra o clássico Smoking Mortal Remains. Outra que vai nesta pegada é Lightless, que encerra o disco.

Só que o maior destaque fica por conta de What is Dead May Never Day, que pode ser considerada o hit do disco por mesclar partes lentas e um refrão marcante. Mas "The Art of Vengeance" é um disco que ao longo de seus quarenta minutos, não enjoa e mantém aquele espírito oitentista sem soar datado.

Essa vibe pode ser vista em todo o layout do trabalho (só a capa vale o disco), que ficou a cargo de Marco Donida (Matanza, Hellsakura), além do bônus, que é o DVD "Warriors On The Road II", que mostra trechos de apresentações do grupo pelo Brasil e exterior, retratando fielmente como é a vida  na estrada. Fato que deve servir de "laboratório" para muitos que pensam em ter uma banda.

Mesmo com a surpresa da mudança de formação, vale dizer que o "Nervo" é daqueles grupos que sabe lidar com as adversidades. Com toda certeza, seja como trio, quarteto ou quinteto, é NERVOCHAOS acima de tudo.

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